O planejamento faz parte do cotidiano das pessoas, principalmente das que vislumbram sucesso em alcançar seus objetivos nas ações realizadas.
Existem alguns conceitos de planejamento, no entanto no decorrer da história alguns ganham mais força e relevância nas instituições escolares dados suas pretensões, desprendimento de interesses dos envolvidos.
Certamente como é o caso do planejamento participativo nos dias atuais. Pois, não é considerado como produto de técnicos, mas de valorização da construção do coletivo, buscando uma preparação crítica a partir da reflexão sobre a mudança. Segundo Pinto (1995) o objetivo do planejamento participativo é a transformação das relações do poder, autoritários e verticais, em relações igualitárias e horizontais de caráter dialógico e democrático.
No entanto, o ato de planejar necessita um pensar. Um pensar consciente à realidade a qual se pretende transformar. Assim, fazem-se dois questionamentos: Para quê interferir na realidade e que mudanças se pretendem alcançar, e o quê se pretende que nela seja mudado?
Desta maneira, a sondagem da realidade apresenta-se como primeira etapa do planejamento. O momento em que se conhece de fato a realidade, fazendo-se leitura e análise das urgências, das precariedades e necessidades. Não necessariamente objetivando ações imediatas e estanques e sim ações de longo prazo e efetivas que além de alcançar objetivos traçados contribuam ao desenvolvimento e melhoria não só da realidade e sim de todos os envolvidos.
Neste movimento o processo do planejar fica ainda mais criterioso prevendo um confronto entre os resultados alcançados e os resultados desejados, assim como também firma a necessidade de se criar uma mediação entre os envolvidos para se desenvolver procedimentos que conduzam à superação revelada no confronto.
A figura do gestor muda neste contexto, deixando de desempenhar um papel meramente burocrático na realidade referida e passando a assumir o papel do mediador efetivo que envolve e dirige o grupo não só na execução das ações, como também no planejamento, programação das atividades já desenvolvidas. Sua posição de líder influenciará todos, dando direção a qualidade e desempenho promovendo e criando um ambiente favorável para a auto-realização do grupo, designando-os para as funções que permitam a utilização de todo o potencial de cada um do grupo.
A existência da liberdade, do respeito, da compreensão e do companheirismo no processo de planejamento participativo são fatores muito importantes para a realização de uma ação conjunta, certamente sendo assim a melhor maneira de se conseguir mudanças desejadas.
Quando existe a participação de todos expressa numa só união, na busca de um só objetivo e compromisso se constitui um planejamento participativo metadisciplinar. (No entanto, é relevante lembrar que esta participação também deve ser efetiva em cada etapa: a de elaboração, execução e avaliação).
O planejamento metadisciplinar é um processo que se preocupa com as possibilidades futuras para que o desenvolvimento do processo e ensino aprendizagem atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade quanto dos alunos. Por isto questiona: “onde estamos?”, “Para onde vamos?”, Qual o caminho adequado para chegar lá?”.
Neste sentido, este tipo de planejamento é uma atitude crítica das pessoas diante do processo educacional e é a ação consciente no planejamento que de fato transforma a realidade, a partir das reflexões vivenciadas.
O processo de planejamento participativo é entendido como um ato de reflexão coletiva no qual a escola tem a oportunidade de exercer sua autonomia. Como também por meio dele construir sua identidade, transformando intenções em ações concretas.
Na sala de aula o processo não será diferente. O professor passa da condição de executor para o sujeito do processo e com autonomia define o que pretende realizar ao longo do ano.
Para tanto, o planejamento metadisciplinar deve ser aberto, levando-se em consideração as experiências anteriores e o comprometimento para que se garanta sua ação, num movimento dinâmico, que vai se configurando pela interação com a própria realidade.
O professor no planejamento metadisciplinar parte de três eixos:
Diagnóstico (trata-se dos referenciais filosóficos, psicológicos e pedagógicos do PPP e os avanços, dificuldades, e os dados bio-psico-sociais dos alunos);
Metas e finalidades (estabelecidas com o gestor, coordenador, pais e alunos, o compromisso de todos e a adoção de um processofólio);
Métodos (compromissos entre todos envolvidos e apresentados os princípios filosóficos, psicológicos e pedagógicos norteadores de toda ação administrativa pedagógica da escola, bem como os temas centrais de cada área estudada no decorrer do processo, de maneira que todos têm liberdade de sugerir caminhos para a abordagem dos temas).
Neste contexto ao aluno deve ser oportunizado quatro liberdades para construir seu conhecimento: Perguntar, (garantia a pergunta e que a mesma seja trabalhada); Errar (compreensão do ato de ousar e correr o risco pela ousadia); Escolher (precisão ao aluno para escolher a melhor maneira de solucionar o problema); Pensar (liberdade para criar e recriar).
Todas as abordagens, conceitos e reflexões apresentadas na presente resenha vêm fomentar um Planejar que nos leva a pensar em duas realidades a que vivemos e a que desejamos viver.
Certamente Planejar é uma ação inerente ao homem. No entanto, o grande desafio é envolver todos na referida realidade num mesmo desejo respeitando o jeito próprio e singular que cada um tem de pensar e participar do processo.
O movimento do planejamento na metadisciplinaridade possibilita um processo participativo onde os envolvidos aprendem a unir forças, traçarem objetivos e metas, trocarem experiências, expressar conquistas e avaliar melhor os fracassos coletivamente entendendo que cada um, é importante e responsável na superação dos desafios e sucesso dos objetivos alcançados.
É no próprio processo que as pessoas aprendem e aperfeiçoam o processo de planejar. Pois, não basta saber o que planejar e sim saber como planejar.
O planejamento participativo busca promover a comunhão de opiniões, desejos, objetivos, evitando o autoritarismo e a centralização de decisões e poderes, assim todos realmente são importantes e o gestor assume um novo papel neste processo. Passa a ser um mediador, dinamizador e motivador de todo o grupo viabilizando encontros, discussões necessárias, assim como potencializando ao máximo o desempenho que cada integrante pode oferecer em todo o processo.
A metodologia utilizada vem para orientar todo o caminho, do planejamento a concretização dos objetivos almejados, garantindo segurança e continuidade ao que se foi proposto. Mas a vida, andamento e ação em todas as etapas (antes, durante e depois) do processo só existirá se houver vontade, compromisso, capacitação, sensibilização, organização e participação efetiva das pessoas inseridas na referida realidade.
(Autora: Jaqueline Medeiros)
Referência bibliográfica:
PAULO, RAMOS. Os Pilares Da Metadisciplinaridade No Planejamento. Blumenau, Odorizzi, 2007.
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