Como saber se a criança está inventando uma história cabeluda ou brincando de faz de
conta.
iStockphotos / Thinkstock / Gettyimages
Um dos maiores temores dos pais é o filho mentir. A família perde a confiança e às vezes fica até sem saber como agir. A psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo, conta que os pais devem corrigir o problema imediatamente quando percebem o que está se passando. A seguir, a especialista dá algumas dicas de como diferenciar se a criança está mentindo ou brincando de faz de conta e quais são os sinais de que a criança está mentindo.
Por que às vezes as crianças mentem?
“Mentir é um comportamento comum nos seres humanos e pode ser desencadeado por vários fatores: para fugir de um conflito, para esconder os sentimentos, para evitar um aborrecimento, por prazer, por maldade. Para as crianças entre 3 e 6 anos, quando a linha que separa a realidade da imaginação é muito tênue, podemos observar que as mentiras são bem frequentes, mas, diferentes dos adultos, nem sempre a criança tem noção clara de que está mentindo”.
Como diferenciar fantasia de mentira, já que as crianças, principalmente as pequenas, adoram usar a imaginação para brincar e contar histórias?
“Isso ocorre aos poucos, no dia-a-dia. Os pais devem deixar claro que, sempre que as crianças estão “inventando” uma brincadeira ou usando da fantasia para imaginar alguma coisa (brincadeiras de faz de conta) deixar explícito que é um faz de conta, ir mostrando a diferença entre o faz de conta e o que é a realidade usando, uma linguagem que a criança entende.
A imaginação é muito saudável, os pais podem e devem incentivar, mas tomar o cuidado para não “confundir” a criança, pois, se os pais demonstram que acreditam “cegamente” no faz de conta, quem poderá servir de referência para a criança? Os pais não precisam “ser crianças” para poder brincar com os filhos, podem imergir no mundo delas mantendo-se adultos e servindo como uma referência do mundo real”.
Quais os sinais de que alguém está mentindo?
“Existem pessoas que quando mentem acreditam tanto naquilo que dizem que é quase impossível perceber. Quando é patológico, chamamos isso de delírio.
As pessoas podem apresentar dificuldade de olhar no olhos, olhar furtivo, sudorese, gagueira, braços cruzados, mas esses sinais são observados com facilidade em quem não está acostumado a mentir.
O “bom mentiroso” é mais difícil de ser descoberto. Existem casos até mesmo de psicopatas que demoram anos a dar sinais de que são pessoas do “mal” e usam a mentira de forma indiscriminada para atingir seus objetivos”.
Como os pais devem agir se perceberem que a criança está mentindo?
“Corrigir de imediato e mostrar que o mentiroso perde a confiança das pessoas. Valorizar o valor da confiança, da palavra dada, da honra, do comprometimento com a verdade. Quando a criança confessar que mentiu, deixar claro que, apesar de ficar chateado, os pais ficam orgulhosos que ele tenha tido a dignidade de confessar.
A história do Pinóquio traz esse conteúdo de forma bem interessante. Aliás, na maioria dos contos infantis, o personagem principal comete algum erro ou mente e depois precisa reparar esse comportamento (Rei Leão, Aladin, Mulan, Pequena Sereia, Enrolados)”.
Quando é hora de procurar ajuda?
“Quando as mentiras passam a ser compulsivas, passam a atrapalhar os relacionamentos e se tornam um comportamento habitual”.
( Lia Lehr)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Muito obrigada pela visita!
Sinta-se à vontade para voltar sempre e comentar.
Beijos!!
Jackke