segunda-feira, 21 de novembro de 2011

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Literatura!

"O bom da literatura é que ela nos faz viajar por tempos e lugares aonde a gente nunca foi e nunca irá. Mesmo porque as coisas que existem na literatura não existem na realidade. A literatura tem os poderes dos deuses: ela faz existir coisas que nunca existiram e chama as coisas que não são como se fossem"  (Rubem Alves)


Segue abaixo alguns dos livros de literatura infantil que eu adoro:










































quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ALFABETIZAR LETRANDO: UMA PERSPECTIVA NO PROCESSO DE ENSINAR E APRENDER.





“A leitura de mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele”. (Freire, 1981, p.11)
         Nesta perspectiva a alfabetização de uma criança vai além da aquisição da escrita. E pensar que pode começar no ventre da mãe, faz sentido. Quando os pais nomeiam, brincam com o filho, ainda na gestação,  envolvem-no no mundo  da linguagem e ele passa a ter afinidade com a atividade.
As pessoas que lidam com o feto vão lhe proporcionando as bases estruturais para pensar e observar o mundo a sua volta. À medida que o sujeito cresce, vai fazendo a sua própria leitura a interpretação do mundo, aprendendo a simbolizar e a entender o sentido dos textos e discursos de outros.
Neste processo de linguagem, segundo Ferreiro (1995, p.38). a escola deixa de ser o primeiro contato que a criança tem. Isso evidencia que o sujeito tem muito mais condições e um campo de interesse maior de aprendizagem e descoberta, já que tem contato com um grade número de  material escrito no seu cotidiano.
A tendência de Freire (1981, p.22) centra o processo de aprendizagem no interesse do sujeito no seu vocabulário, palavras geradoras, ou seja, as discussões das palavras servirão para o conhecimento da realidade em que ele está inserido visando a uma conscientização política.
Estas abordagens, considerando o sentido amplo da palavra alfabetização, a compreensão da linguagem é um processo que se caracteriza pela utilização de conhecimento prévio. A cada dia, o sujeito utiliza conhecimentos anteriores e vai se alfabetizando, buscando significados e respostas as suas curiosidades, construindo e reconstruindo o conhecimento nesse processo que se prolonga por toda vida e não só nos primeiros anos escolares.
A escrita e a leitura são utilizadas com funções específicas, determinadas pelo contexto, valores e práticas sociais, em que  o sujeito, a partir dos conhecimentos de mundo  conscientiza-se  da sua condição de sujeito, da  prática com a linguagem, possuindo   conhecimentos  da linguagem efetiva e totalitária.
Nilcéa (2002) lembra que Paulo Freire mesmo sem utilizar o termo letramento já havia avançado sobre concepções de leitura e escrita, uma vez que o ler e o escrever, para ele, significavam não apenas o domínio do processo de decodificação de palavras e frases, mas  a possibilidade de o sujeito, consciente do ser o  produto e o produtor de cultura, fazer uso dessas atividades (ler e escrever) para agir no e sobre o mundo.
Segundo Soares (1998, p. 39) “letramento, nos dias atuais, pode ser definido como a possibilidade de uso dos conhecimentos e habilidades de escrita e leitura em todas as demandas pelo grupo social numa determinada cultura”. Esta concepção vem ao encontro aos princípios teóricos de Paulo Freire (1994).
Dessa forma, a leitura e a escrita exigem, necessariamente, que se aborde linguagem. Certamente não há aprendizado da leitura e da escrita sem que antes tenha havido a aquisição da língua falada.  Assim justifica-se a importância da consciência fonológica, da compreensão do que são palavras, letras, sistema alfabético, para que então o sujeito ultrapasse o limite da simples decodificação de símbolos escritos para a leitura de signos, significados.
Partindo do pressuposto que a leitura e escrita são processos complementares e dependentes para a produção significativa em ambiente escolar e fora dele, é preciso compreender que o processamento dessas duas atividades se dá por vias diferenciadas. A escrita inicia pelo planejamento, depois as idéias devem ser transpostas para o papel de acordo com os princípios alfabéticos e gramaticais, para assim construir um sentido para o leitor. Na  leitura , o leitor age sobre o texto, assim como o texto sobre o leitor. Há, então, uma interação texto e leitor conforme Geraldi ( 1997, p.166).
Na alfabetização, é muito comum a escrita traduzir apenas sons produzidos na linguagem oral. O sujeito articula a junção de uma consoante e uma vogal para formar cada segmento silábico da palavra, sem que haja nenhuma preocupação com erros gramaticais ou ortográficos. Mas quando acontece a leitura do texto produzido, muitos sujeitos entram em conflito, percebendo que algumas das letras escritas nos segmentos silábicos da palavra não conferem com as suas representações ortográficas.  Isso os fazem refletir com a ajuda de um outro sujeito (professor, pai, amigo, etc),  levantando hipóteses  construindo e reconstruindo seus conhecimentos sobre a própria linguagem.
Centrar o ensino na produção de textos é tomar a palavra do aluno como indicador dos caminhos que necessariamente deverão ser trilhados no aprofundamento da compreensão dos próprios fatos sobre o qual a linguagem acontece.
A produção textual contribui nesse processo de aprendizagem da linguagem promovendo uma interação entre o autor e leitor, sendo que aquele se propõe a produzir, utilizando a diversidade de gêneros que conhece e o leitor se dispõe a ler, para então aceitar, julgar, rejeitar, recriar.
Geraldi (1997, p.137) enfatiza que o sujeito para poder desenvolver um texto, precisa ter o que dizer. É dessa maneira que o sujeito articula sua visão sobre o que escreve defendendo ainda o que é preciso; ainda é necessário ter uma razão para dizer o que se tem a dizer, pois nenhuma produção deve ser vista como uma mera tarefa cumprida ou preenchimento de tempo; outro critério importante é ter para quem dizer, lembrando que o professor é um leitor que pode desempenhar a função muito bem; e ainda por final, o produtor precisa usar estratégias para dizer o que ele se põe a dizer, o sujeito pode se constituir como locutor que se compromete com o que diz.
A ação de se comprometer com o que escreve faz com que o sujeito tenha uma relação interlocutiva, no processo de ensinar e aprender, assumindo-se como locutor da relação do conhecimento, de maneira singular na aquisição da linguagem.

(Autora: Jaqueline Medeiros)

Referências Bibliográficas:: 



FERREIRO. E. Reflexões sobre alfabetização. (Tradução Horácio Gonzales (et.al) 24.ed. São Paulo Cortez, 1995



_____.Alfabetização em processo. (Tradução: Sara Cunha Lima, Marisa do Nascimento Paro) 11.ed. São Paulo: Cortez, 1996


FISCHER. A. Um processo de produção de sentidos: o texto dissertativo em uma 4ª série do Ensino Fundamental. Tese de Mestrado, Florianópolis (SC), 2001



GERALDI. J. W. Portos de Passagem. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997


PELANDRÉ, N. L. Ensinar e aprender com Paulo Freire: 40 horas 40 anos depois. São Paulo: Cortez, 2002


SOARES. M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 19988


A PRODUÇÃO ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO



No decorrer da história a escrita ocupou um lugar muito estreito na prática escolar, em relação ao papel fundamental que ela desempenha no desenvolvimento cultural do sujeito. Ensina-se os sujeitos a desenhar letras e construir palavras com elas, mas não se ensina a linguagem escrita, dessa forma segundo Vygotsky (1991, p.119) o ensino da linguagem escrita depende de um treinamento artificial, a escrita lhes é imposta de fora, vindo do professor, ao invés de se fundamentar nas necessidades naturalmente desenvolvidas dos sujeitos e na sua própria atividade.
Para compreender a escrita o ponto de partida é concebê-la como um processo de apropriação de um objeto socialmente constituído em que existem uma série de modos de representação que precedem a representação alfabética da linguagem.       
Historicamente existem três métodos de alfabetização, conforme os estudos feitos por Ferreiro (1995, p.29), que subsidiam a aquisição da linguagem escrita: o sintético, o analítico e o analítico-sintético. Uma breve explicação suscitará a concepção de cada método mencionado acima.  O método sintético caracteriza-se por unidades menores como letras, som, sílabas, e caminha em direção as unidades maiores e significativas da palavra, frase e textos. O método analítico tem como premissa fazer com que o alfabetizando relacione o concreto à significação, assim o ponto de partida é sempre o todo, que pode ser um conto, uma sentença ou palavra. O método analítico-sintético, engloba os dois métodos anteriores, combinando os dois processos envolvidos: análise e síntese.
No entanto, o método na aquisição da linguagem não é tudo, são apenas um conjunto de momentos e técnicas organizadas de acordo com uma determinada lógica realizados e aplicados em determinados momentos visando a aprendizagem dos sujeitos em relação a escrita e leitura. Se for ponderado somente o método como forma a desenvolver a prática pedagógica na aquisição da escrita, fica explícito o processo como ensinagem, ou seja, o professor é o ensinante e o sujeito um mero aprendente.
Emília Ferreiro(1991)  propõe uma abordagem de deslocamento do eixo, do como se ensina, para como a criança constrói seu conhecimento a cerca da linguagem. “Nossa atual visão do processo é radicalmente diferente, no lugar de uma criança que espera passivamente o reforço externo de uma resposta produzida pouco menos que ao acaso, aparece uma criança que procura ativamente compreender a natureza da linguagem que se fala a sua volta, e que, tratando de compreendê-la, formula hipóteses, busca regularidades, coloca à prova suas próprias antecipações e cria sua própria gramática. No lugar de uma criança que recebe pouco uma linguagem inteiramente fabricada por outros, aparece uma criança que reconstrói por si mesma a linguagem, tomando seletivamente as informações que lhe provêm do meio.” (op.cit., p22) Ferreiro busca descrever o que é comum nas trajetórias individuais dos sujeitos, durante o processo de aquisição da base alfabética da escrita.
Através da escola não é a única maneira de conhecer e desenvolver a linguagem escrita, pois o sujeito inicia sua alfabetização desde muito cedo no contato com o mundo letrado, não esperando entrar na escola para se questionar e compreender a representação da linguagem seja escrita ou oral dada as situações sociais vividas. Esta concepção vem ao encontro aos princípios teóricos de Paulo Freire em relação a alfabetização, ou seja, os conhecimentos de mundo dos sujeitos os conscientizarão  da sua condição e sua prática na construção de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas estruturas de pensamento e linguagem.
As experiências vividas pelos sujeitos e as inter-relações pessoais são fundamentais ao processo de aquisição da linguagem. Na medida que, o sujeito desenvolve a linguagem facilita a interação comunicativa, compreendendo melhor a linguagem como um sistema de representações convencionadas.
Neste processo de aquisição da escrita o texto aparece como um estímulo que proporciona aos sujeitos um melhor desempenho lingüístico, de forma a participar e refletir sobre a linguagem escrita. Escrevendo textos o sujeito ressalta sua visão do mundo, produz sentidos e comunica aos outros o que pensa e sente.
A prática de produção de texto a partir da diversidade de gêneros é uma maneira de considerar a existência de diferentes formas de manifestação da linguagem. Para Bakhtin (1929, p.131) “a palavra é enunciação, e como esta é de natureza social, sua significação é inseparável da situação concreta em que realiza”.
No entanto a produção escrita precisa de uma certa organização para ser produzida: o planejamento, a estruturação ou linearização, a execução e a monitoria, que podem acontecer simultaneamente, quem vai dar essa organização é o escritor, na sua singularidade pressupõe decisões sobre o que e como escrever, por onde começar, em que direção seguir, que pontos ressaltar e como terminar o texto. Isso faz da escrita uma produção de sentidos, expondo particularidades, indícios sobre a relação sujeito/linguagem.
Através do processo de escrita  de textos o sujeito transforma-se, produz e reproduz a partir da sua experiência, constrói e reconstrói seu conhecimento em relação a linguagem e compromete-se com que escreve numa relação interacionista dialógica.
A presença de textos quer como objeto de leitura ou como produção no trabalho com linguagem na escola tem se caracterizado cada vez mais. Porém, para que a presença do texto na escola seja legitimada, ela não deve ser autoritária. Eleger textos para a aula, em leitura obrigatória feitas por indicações do professor até podem oportunizar um diálogo de sentido enfático de fala conjunta, no entanto como Geraldi (1997, p. 170) lembra “produz-se um discurso de sala de aula que, como a pergunta didática, faz do texto um meio de estimular operações mentais e não um meio de, operando mentalmente, produzir conhecimentos”.
Neste enfoque, buscar a legitimidade no uso dos textos na escola, é necessário, percebendo a leitura integrada ao processo de produção de textos. Através da leitura na interação leitor/texto faz-se uma construção de sentidos dos textos. Pois, o leitor pode ir ao texto em busca de uma resposta à uma pergunta  que tem, assim como, pode ir ao texto para retirar dele tudo que lhe possa oferecer,  outrora pode ir ao texto  nem para escutá-lo, nem para perguntar-lhe, mas para usá-lo na produção de outros textos, e ainda o leitor pode ir ao texto sem perguntas prévias, sem querer recolher a sua vontade de escuta e até mesmo sem pretendê-lo usá-lo, no entanto se construir na interação com o texto numa relação dialética.
Citelli (2001, p.173) enfatiza a necessidade de que o processo de construção de textos na sala de aula deve estar em passos muito bem definidos pelo professor, para que a prática de produção textual, não seja apenas uma sugestão aleatória, descontextualizada para o sujeito. Ela apresenta uma perspectiva em que a produção de texto deve estar ligada a uma seqüência planejada de atividades, com objetivos definidos que demandam escritas e reescritas, idas e vindas, leituras e outras leituras, além de uma avaliação do que foi produzido. 
O real sentido em trabalhar com textos na escola, seja em produções ou leitura, está em refletir as relações  sociais dos sujeitos escritor/leitor, suas experiências e motivações individuais que foram dialogicamente construídas. Rojo (2001, p.65) fundamentada na teoria bakhtiniana e nos PCNs  faz uma reflexão sobre a importância do professor  ser aquele que além de ensinar conteúdos, é alguém que transmite o valor que a  língua tem, demonstrando o valor que a língua tem para si. Dessa maneira se o professor tem uma relação prazerosa com a leitura e a escrita, certamente poderá funcionar como um mediador para seus alunos.
Conforme forem os estímulos e experiências na aprendizagem e desenvolvimento da linguagem na escola o aluno se sentirá mais ou menos envolvido nos eventos particulares da sua micro-história  individual.  Segundo Abaurre (1997, p.22) “a aquisição de escrita é um momento particular de um processo mais geral da linguagem”. Assim, a escola  precisa oportunizar um contato maior com textos, pois estes podem revelar particularidades  sobre a relação sujeito/linguagem  do aluno.

(Autora: Jaqueline Medeiros)


Referências Bibliográficas:

ABAURRE, M. B. M. Cenas de aquisição da escrita: o sujeito e o trabalho com texto. Campinas (SP): Mercado das Letras, 1997.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986





CITELLI, B. Produção e Leitura de textos no Ensino Fundamental: poema, narrativa, argumentação. São Paulo: Cortez 2000



FERREIRO. E. Reflexões sobre alfabetização. (Tradução Horácio Gonzales (et.al) 24.ed. São Paulo Cortez, 1995


FISCHER. A. Um processo de produção de sentidos: o texto dissertativo em uma 4ª série do Ensino Fundamental. Tese de Mestrado, Florianópolis (SC), 2001

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: 1ª a 4ª série – Língua Portuguesa. Brasília: MEC/SEF, v.2, 1997. 144p.


VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991



_____.  Pensamento e Linguagem. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989

A RELAÇÃO DO PROFESSOR COM O TEXTO





Segundo Leite (2001, p.88) “o processo de alfabetização escolar deve basear-se em usos sociais da escrita, assumindo que o eixo do referido processo é o texto (leitura e produção)”.
Porém, muitos educadores acreditam que a produção de texto seja   um problema na educação. Segundo eles, é uma atividade que os alunos interpretam como um sacrifício, por isso o envolvimento e interesse na construção de um texto é mínima. Nessa perspectiva, é uma perda de tempo a realização dessa atividade porque os alunos escrevem muito errado, não têm noção da configuração estrutural lógica de cada gênero discursivo, pontuação adequada, um tema interessante e um conteúdo coerente e coeso.
Assim um impasse se faz presente: culpar os alunos pela falta de interesse na produção escrita? Defender a posição de muitos educadores entendendo a produção escrita como um problema, não a realizando? Mais do que saber de quem é a culpa, ou então ficar defendendo posições, é preciso redimensionar as reflexões. O educador que lida com a diversidade nos ritmos de aprendizagem e os respeita, tem a tarefa de  abandonar os critérios utilizados pela escola tradicional como: selecionar, comparar, rotular, para depois garantir um ensino/aprendizagem de qualidade, é preciso respeitar e suprir paulatinamente as dificuldades encontradas na construção escrita.
A leitura e a escrita são peças fundamentais para o sucesso do processo de ensino/aprendizagem. Na alfabetização, as produções de textos devem fazer parte do processo. Mesmo que a conquista alfabética esteja num nível que ainda não garanta a possibilidade de compreender e construir textos em linguagem escrita é imprescindível o fato de se estar em contato  com o mundo letrado, já que a  construção da linguagem é já um ato de reflexão sobre a ela.
O educador observador fica atento ao que o aluno pensa e sabe, para ajustar sua proposta pedagógica as suas necessidades,  desenvolvendo, assim, a produção de texto. Dessa forma, o educador e o aluno  necessitam  ter bem claro o que é preciso para produzir um texto, conforme Geraldi (1997):  ter o que dizer, ter razão para dizer o que se tem a dizer, ter para quem dizer o que se tem a dizer; o locutor se constitua como tal, enquanto sujeito que diz para quem diz, se escolham as estratégias para realizar.
Nesse  sentido a concepção teórica do professor é definida por bases sócio-construtivistas, pois ressalta o professor atento ao que o aluno pensa e sabe, para ajustar a proposta pedagógica, lançando problemas (desafios a vencer)  adequados à suas necessidades de aprendizagem do momento. Segundo Vygotsky (1930) o professor baseado no pressuposto de que o aluno se torne sujeito do seu conhecimento, com situações de ensino favoráveis oferecidas pela escola vai atuar conscientemente em dois níveis: permitindo dominar a linguagem escrita e promovendo seu desenvolvimento intelectual, ou seja, compreendendo o processo de escrita e leitura a partir da concepção de linguagem usada pelo professor.
Já se sabe que a leitura e a escrita são importantes para a construção do conhecimento, porém “não basta saber escrever, para escrever ou saber ler, para ler”(Cagliari, 2001 p. 102). É necessário ter motivação, trabalhar a auto estima do aluno, ele deve se sentir seguro, confiante, estimulado, para ter práticas reais de um aluno letrado. 
O letramento tem presente mais do que a aprendizagem do escrever e  ler, mas um processo de aculturação de aprendizagens  das práticas sociais. O ensino da escrita preenche funções sociais de forma significativa, legitimando o uso da linguagem plenamente em todos os meios possíveis, interpretando e transformando o que se sabe, resultando numa mudança de atitude no meio. As diversidades de gêneros textuais vão permear toda esta concepção, por permitir o envolvimento dos alunos nos textos que circulam na sociedade.
No contado com toda a diversidade e riqueza de gêneros textuais o processo de alfabetização se inicia bem antes da escola. A leitura e a escrita podem acontecer ainda bem cedo, não existindo como premissa uma idade ideal para o seu aprendizado, e isso acontece porque a essas duas atividades passam a ter tanta importância para os sujeitos que não conseguem ficar sem saber,  participam de atividades de uso da escrita junto com pessoas que dominam esse conhecimento.
A leitura tem um papel fundamental no desenvolvimento da capacidade de produzir textos escritos, pois por meio dela os alunos entram contato com a complexidade escrita. Portanto, como o professor pode tornar os alunos leitores interessados e competentes? Certamente há muitas maneiras de contribuir para a construção de um aluno leitor: oferecer um acervo variado e rico em gêneros literários e não literários, manter uma rotina sistemática e freqüente de situações de leitura, o aluno perceber no professor um leitor, o professor promover dinâmicas variadas (desafios) para que a leitura aconteça, proporcionar um espaço físico agradável e prazeroso na escola, perceber a função social da leitura, desenvolver a leitura emocional em que o leitor possa viajar, construir um mascote de leitura, fazer propaganda de obras e reconhecer autores  da preferência do aluno, incentivar à pesquisa de assuntos que sejam interessantes, ajudar o aluno a se sentir participante da história através da leitura de mundo.
Nesta visão a escola deixa de ser o lugar onde se aprende a escrever como puro exercício de decodificação de sinais  e passa a ser o lugar onde o sujeito pode se revelar autor de produções escritas anunciando seu discurso autônomo, seguro, repleto de sedução e paixão pela linguagem construída.  Geraldi (1997) é imprescindível para compreender esta concepção: o aluno que tem o que dizer articula sua visão sobre o que escreve, assim como, se ele tem  razão para dizer, nenhuma produção vai ser vista como mera tarefa cumprida, e se tem para quem dizer o aluno terá que comprovar o diz na produção. Já a escolha das estratégias para motivar o aluno a produzir a escrita vai depender das informações e atitude em relação ao conhecimento que o professor proporcionar, levando em conta que a devolução da palavra ao aluno faz da estratégia um condutor do processo de ensino/aprendizagem.
A produção de texto realizada a partir da concepção de letramento abordada nesta monografia  está centrada na construção da  linguagem a qual permite diferentes usos da escrita e leitura no cotidiano. Dessa forma, produzir textos no período da alfabetização através de práticas de letramento significa ensinar o código escrito de maneira contextualizada, sendo a escrita utilizada de acordo com  práticas sociais de maneira espontânea e prazerosa.

(Autora: Jaqueline Medeiros)


Referências Bibliográficas:



CAGLIARI, L. C. Alfabetização & Lingüística. São Paulo: Scipione, 2001

FISCHER. A. Um processo de produção de sentidos: o texto dissertativo em uma 4ª série do Ensino Fundamental. Tese de Mestrado, Florianópolis (SC), 2001




LEITE, A. da S.; MOLINA, A. da S.; Alfabetização e Letramento: contribuições para as práticas pedagógicas. Campinas (SP): Komedi Arte Escrita, 2001

GERALDI. J. W. Portos de Passagem. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991

_____.  Pensamento e Linguagem. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989

domingo, 16 de outubro de 2011

Dia 15 de outubro um dia para agradecer e refletir.


OBRIGADO PROFESSORES

Obrigado por fazerem do aprendizado não um trabalho, mas um contentamento. Por fazerem com que nos sentíssemos pessoas de valor; por nos ajudarem a descobrir o que fazer de melhor e, assim, fazê-lo cada vez melhor. Obrigado por afastarem o medo das coisas que pudéssemos não compreender; levando-nos, por fim, a compreendê-las...Por resolverem o que achávamos complicados... Por serem pessoas dignas de nossa total confiança e a quem podemos recorrer quando a vida se mostrar difícil...Obrigado por nos convencerem de que éramos melhores do que suspeitávamos. 

(Autor Desconhecido)

15 de outubro dia do Professor!


SER PROFESSOR

Ser professor
é professar a fé
e a certeza de que tudo
terá valido a pena
se o aluno sentir-se feliz
pelo que aprendeu com você
e pelo que ele lhe ensinou...
Ser professor é consumir horas e horas
pensando em cada detalhe daquela aula que,
mesmo ocorrendo todos os dias,
a cada dia é única e original...
Ser professor é entrar cansado numa sala de aula e,
diante da reação da turma,
transformar o cansaço numa aventura maravilhosa de ensinar e aprender...
Ser professor é importar-se com o outro numa dimensão de quem cultiva uma planta muito rara que necessita de atenção, amor e cuidado.
Ser professor é ter a capacidade de "sair de cena, sem sair do espetáculo".
Ser professor é apontar caminhos,
mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés...

(Autor desconhecido)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Homenagem à você criança!



Você criança, que vive a correr, é a

 promessa que vai acontecer... é a

 esperança do que poderíamos ser... é

 a inocência que deveríamos ter...

Você criança, de qualquer idade


, vivendo entre o sonho e a realidade,


 suas lições de amor e de 


simplicidade!

Criança que brinca, corre, pula e grita


 mostra ao mundo, como se deve viver 


cada momento, feliz, como quem 


acredita em um mundo melhor que


 ainda vai haver!

Você é como um raio de luz a iluminar 


os nossos caminhos, encanta-nos 


com todo teu carinho!

Você é a criança, que um dia vai crescer!
É a promessa, que vai se realizar!
É a esperança da humanidade se entender!
É a realidade que o adulto precisa ver... e também aprender a ser...      
                                      
(Autor desconhecido)

Mensagem: Magia Infantil



Nas mãos das crianças o mundo vira um conto de fadas, porque na inocência do sorriso infantil, tudo é possível, menos a maldade.
Crianças são anjos, são pedaços de Deus que caíram do céu para nos trazer a luz viva que há de fazer ressuscitar a verdade que vive escondida em cada um.
De braços abertos a criança não cultiva inimigos, sua tristeza é momentânea.
De olhos abertos a criança não enxerga o feio, o diferente, apenas aceita o modo de ser de cada um que lhe dirige o caminho.
De ouvidos atentos a criança gosta de ouvir tudo como se os sons se misturassem formando uma doce vitamina de vozes, vozes que ela pode imitar, se inspirar para crescer. Questionando, brincando, a criança está sempre evoluindo, achando esse mundo um Paraíso, mas a criança sabe no seu interior o que é o amor e quer sugá-lo como se fosse seu único alimento, não lhe dê uma mamadeira de ódio, pois com certeza sua contaminação seria fatal e inesquecível.
Criança me lembra: cor, amor, arco-íris, rosas, doce de brigadeiro, tintas das cores: vermelha, laranja, azul, amarelo; me lembra cachoeira, pássaros, dia de festa.
Ser criança é estar de bem com a vida, é ter toda a energia do Universo em si.
(Rosana Pinheiro dos Santos)



Semana da Criança!



Para ler e refletir:
Aprenda a amar como as crianças

Sejamos como as crianças: com elas aprendemos a amar.
Elas são sinceras amam desinteressadamente. Se gostar de nós, logo saberemos.
Não sabem dissimular.
Pequeninas sorriem ao menor toque.
Não criticam, indagam apenas.
 Não discriminam, aceitam a todos sem distinção.
Sabem conviver com as diferenças.
São alegres a todo tempo, cantam, dançam…
Faz da vida uma eterna festa.
Satisfazem-se com qualquer brinquedo, independente do quanto custou.
Não tem ambição.
Nos ensinam mais que qualquer sábio.
Confiam…
O seu olhar brilha, o seu sorriso é sincero.
Não nos pede nada em troca do amor que nos dão somente carinho e atenção.
Tocam a nossa alma com a sua inocência.
Mesmo as que não tem a oportunidade de ter um lar, sabem sorrir, quando nos dão um sorriso, ganhamos o dia… Pois o seu sorriso é uma lição.
Não existe coisa mais triste, que ver uma criança triste.
Doemos o nosso sorriso a elas, sejamos alegres.
Mostremos a elas a criança que existe em nós.
Elas são o nosso futuro precisam ser felizes para nos fazer felizes.
(Autor desconhecido)

domingo, 9 de outubro de 2011

Trabalhos realizados com o grupo do Infantil I referentes ao projeto: os 5 Sentidos.


Colorimos o menino e a menina, identificamos e nomeamos os órgãos dos sentidos neles.
Pesquisamos, escolhemos, relacionamos imagens a cada órgão do sentido e as colamos no cartaz.

 Através do tato sentimos e percebemos as diferentes texturas em cada janelinha.


Através do tato e visão sentimos e percebemos as diferentes texturas de cada  pezinho e recipiente.


Obs: Além destas atividades realizamos muitas outras conforme o projeto abaixo demonstra.

Projeto: “Cinco Sentidos”

Justificativa:
Por meio dos cinco sentidos o ser humano conhece e reconhece as coisas, o ambiente e pessoas que o cercam. Eles são utilizados em todos os momentos da nossa vida e nem sempre percebemos toda a importância de tê-los e conhecê-los. Neste projeto incentivaremos a aquisição do auto-conhecimento referente aos cinco sentidos e conscientização corporal.

Objetivo Geral:
·    Orientar as crianças na percepção da importância dos órgãos dos sentidos em sua vida cotidiana e as dificuldades que a falta de um deles pode ocasionar na vida de alguém.

Objetivos específicos:
·         Conhecer seus sentidos;
·        Incentivar as crianças a perceber a funcionalidade de cada órgão dos sentidos;
·         Estimular o auto-conhecimento;
·         Desenvolver seus 05 sentidos;
·         Incentivar a exploração do meio a sua volta através dos sentidos;
     Perceber seu corpo e ambiente, 
   Permitir ao aluno liberdade em sua criatividade e exploração e assim, ampliar seu conhecimento de mundo, conhecendo materiais, suas características e propriedades
     Atribuir significado às sensações, sentimentos e imaginação;
·         Iniciar a conscientização de cuidados e manutenção dos órgãos dos sentidos para a saúde;
·    Sensibilizar para as dificuldades enfrentadas por pessoas portadoras de necessidades especiais;
·         Perceber que na falta de alguns sentidos as pessoas poderão se adaptar e viver sem eles;
·         Estimular a interação e integração em sala de aula;
·         Despertar na criança a atenção e concentração;
·         Valorizar e respeitar as diferenças;
·    Realizar experiências que agucem os sentidos e que possam discriminar cheiros, sons, sensações táteis, gostos.
·         Manipular e explorar diversos materiais durante o projeto aflorando os cinco sentidos;

Metodologia:
·         Manipulação, exploração de diversos objetos, materiais, alimentos, produtos...
·         Contação de histórias;
·         Trabalhar com poemas sobre o tema;
·         Músicas, sons e ritmos;
·         Pesquisas de informações, imagens...
·         Experiências;
·         Fantoche;
·         Desenhos;
·         Atividades com papel, sucata, jornal, tinta, lápis de cor, giz...;
·         Tarefinhas de casa;
·         Massa de modelar;
·         Confecção de painéis;
·         Confecção de cartazes e livrinhos;
·         Fantoches, máscaras;
·         Teatro;
·         Vídeos;
·         Quebra-cabeça;
·         Cabra-cega;
·         Caixa surpresa;
·         Jogo da memória;
·         Pintura, colagem, rasgaduras...
·         Construção de objetos com sucatas;
·       Atividades pertinentes ao tema de raciocínio, reflexão, sequênciação, coordenação motora, ...
·         Conversas na rodinha;
·         Construção de livrinhos;
·         Degustação de diferentes alimentos, brincar de adivinha.
·       De quem é esta fala... trabalhar e explorar os sentidos através da brincadeira, assim como você mencionou a cabra cega.

Cronograma: Três semanas aproximadamente.
Recursos didáticos (materiais): folhar A3, cartolinas, giz de cera, objetos diversos, fotocópias, cola, fita adesiva, aparelho de CD e DVD, guache, massinha, tecido, figuras, rótulos, sucatas, frutas, cartazes ...

Avaliação:
Será através de observações, conversas, relatos, atividades realizadas e registros no decorrer do projeto.



(Autora: Jaqueline Medeiros)