O Processo de formação dos professores
no Brasil requer atenção e reflexões desde antes de a educação ser um direito
universal de cidadania até os dias de hoje apesar de muitos avanços políticos,
filosóficos, psicológicos e pedagógicos.
No começo da história da educação no
Brasil a formação inicial era suficiente, pois acreditava-se que quando
terminada a graduação, o profissional estaria apto a atuar em sua área de
formação sem necessidade de aperfeiçoamentos futuros, porém não bastou e necessitou
ser reformulada, surgindo assim a formação em serviço contínua que se evidencia
na inclusão de três eixos de abordagem: a pessoa do professor e sua
experiência; a profissão de professor e seus saberes específicos; e a escola e
seus projetos pedagógicos. Esta segunda é vista como um caminho para a
superação da acomodação do professor e para uma melhor inserção deste no
contexto social, pois exige uma constante inovação teórica e prática,
oportunizando ao aluno condições de acompanhar a evolução do meio em que vive
através de um ensino de qualidade.
Nesta perspectiva as mudanças na
concepção da formação do professor refletiram nas diferentes formas de conceber
o trabalho docente na escola ao longo dos anos. O professor de mero transmissor
de conhecimentos, neutro, preocupado com seu aprimoramento técnico passa a ser
visto com agente político, compromissado com as transformações sociais. Se
tornando um professor não apenas da prática, mas também da teoria, precisando
ser um constante pesquisador , que descobre, inventa, compara e transforma suas
ações de maneira consciente e criativa. A partir de uma prática pedagógica que
revela-se como objeto de ação e reflexão continuada, crítica, decisiva e
determinante na busca individual e coletiva do trabalho docente qualificado,
onde todos os momentos e todas as ações as atividades de professor se tornam
momentos de reflexão.
A profissão de professor compreende
alguns aspectos fundamentais que auxiliam o pensar na sua atuação pedagógica: o
ponto de vista social – o educador não se encontra à parte dos fenômenos
sociais, pois ele faz parte dela, a afeta e é afetado; político – em nosso país
a profissão de professor esteve calcada nas leis estando a elas submetidas e
aos interesses políticos mais amplos; econômico – determina o tipo de
profissional que o mercado necessita; acadêmico – compreende a formação como
processo interativo e dinâmico representando uma meta a ser atingida pelo
profissional docente; além do compromisso acadêmico – o pensar filosófico do
professor sobre o ato de ensinar e aprender, acompanhando e participando da
aceleração das mudanças tecnológicas, sabendo distinguir o conhecer e o saber e
relacionando a teoria e prática, pensando na relação sujeito e objeto.
Certamente partindo destes pressupostos a formação do professor deve levá-lo a
uma prática humanizadora, a formação centralizada numa prática orientada pela
ação-reflexão-ação permitindo ao mesmo a tomada de consciência e de
conhecimento quanto a seu papel enquanto agente social e da realidade que o
envolve.
“A caminhada de ‘ser’ do professor se firma
em sua trajetória, na história, nas mudanças e construções da sociedade, na
participação, no domínio de novas tecnologias e saberes. Não obstante isto, o
amor pela profissão deve falar mais alto, pois, sem ele, o educar vê-se
desprovido do desejo, da paixão de buscar melhorar, oferecendo melhores
condições de ensino aos alunos.” (RAMOS, 2008 p.30).
A formação docente deve ser contínua, pois é no caminho que aparecem os
desafios, descobrem-se as superações, realizam-se estudos e reflexões, mudam-se
as estratégias e reveem-se práticas, aprende-se e ensina-se, ensina-se e
aprende-se. Segundo Nóvoa (2001, p. 23) “O aprender contínuo é essencial e se
concentra em dois pilares: na própria pessoa, como agente, e a escola, como
lugar de crescimento profissional de crescimento permanente”.
A formação do professor na perspectiva da metadisciplinaridade, é construída
a partir das suas experiências e vivências, o que possibilita orientar os
alunos para o respeito mútuo, para a justiça, o diálogo, a solidariedade, assim
como auxiliá-los no espaço escolar a enfrentar os desafios e fortalecer uma
educação voltada a integridade do ser e do saber, ou seja, cidadã. Assim,
concebe-se a formação como um processo que acontece ao longo da vida
acompanhando o professor e o renovando
num movimento de construção contínua.
O processo de formação implica numa busca constante de conhecer-se a si
mesmo. Dando espaço para as incertezas, propondo conflitos diante daquilo que
se julgava conhecer, buscando novas respostas e outras perguntas. Este
movimento de ser, aprender e de aprender a ser constrói o professor e o torna
autentico, pois este aprende a desaprender e entende que isto faz parte do
processo ininterrupto de sempre ser. Neste movimento o professor conseguirá
fazer com que o aluno aprenda, pois ele próprio compreendeu que continuará a
aprender através da ação-reflexão-ação da sua prática.
Jaqueline Medeiros
Oi Jackke, tenho umas amigas que são professoras e vou indicar seu espaço. Crei que vão gostar, é tudo de bom! Bjs!
ResponderExcluirOlá Valdenice!! Obrigada pela visita! Fico grata pelas palavras! Beijão!! Um ótimo final de semana pra você!! Jackke!!
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