A literatura infantil começou no século
XVIII. Nessa época a criança começava, efetivamente, a ser vista como criança.
Antes, ela participava da vida social adulta, inclusive usufruindo da sua
literatura.
As crianças da nobreza liam os grandes
clássicos e as mais pobres liam lendas e contos folclóricos (literatura de cordel),
muito populares na época.
Como tudo evolui, esse tipo de
literatura também evoluiu para atingir ao público infantil: os clássicos
sofreram adaptações e os contos folclóricos serviram de inspiração para os
contos de fadas.
PRINCIPAIS AUTORES E OBRAS
Perrault: “Chapeuzinho Vermelho”, “A Bela
Adormecida”, “O Barba Azul”, “O Gato de Botas”, “Pequeno Polegar”, etc.
Irmãos Grimm: “A gata borralheira” (que de tão
famosa recebeu mais de 300 versões pelo mundo afora), “Branca de Neve”, “Os
Músicos de Bremen”, “João e Maria”, etc.
Andersen: “O
Patinho Feio”
Charles Dickens:
“Oliver Twist”, “David Copperfield”
La Fontaine: “O Lobo e o Cordeiro”
Esopo: “A lebre e a tartaruga”, “O lobo e a
cegonha”, “O leão apaixonado”
No Brasil a literatura infantil deu os primeiros passos com as obras de Carlos
Jansen (“Contos
seletos das mil e uma noites”), Figueiredo Pimentel (“Contos da Carochinha”), Coelho Neto, Olavo
Bilac e Tales de
Andrade.
Porém, o mais importante escritor infantil foi Monteiro
Lobato. É com ele que se inicia, de fato, a literatura infantil
no Brasil.
MONTEIRO LOBATO
José Bento Monteiro Lobato nasceu em 1882 em São Paulo. Sua obra
consiste em contos, ensaios, romances e livros infantis. Além de escritor,
Monteiro Lobato foi tradutor. É considerado, juntamente com outros escritores
brasileiros, um dos maiores e mais importantes nomes da nossa literatura.
- Principais Obras
“Urupês”
“Cidades Mortas”
“Idéias do Jeca Tatu”
“Negrinha”
“Reinações de Narizinho” (livro que reúne várias histórias infantis)
“Sítio do Pica-pau Amarelo”
“O Minotauro”
Além de Monteiro Lobato, outros
escritores como Ziraldo e Ana Maria Machado também se dedicam ao público infantil.
Ziraldo: “O Menino Maluquinho”, “A
bonequinha de pano”, “Este mundo é uma bola”, “Uma professora muito
maluquinha”.
Ana Maria Machado: “A Grande Aventura de
Maria Fumaça”, “A Velhinha Maluquete”, “O Natal de Manuel”.
Apesar de tudo, a literatura infantil
sofre alguns preconceitos, pois muitos escritores negam que suas obras são
escritas para os pequenos. Isso nos dá a impressão que essa literatura não é
tão importante, se esquecem de que se sua obra for boa e tiver conteúdo, ela
poderá influenciar crianças de uma forma positiva.
Muitas obras consideradas adultas foram
adotadas pelo público infantil (“As aventuras de Robson Crusoé” – de Daniel Defoe,
“Viagens de Gulliver” – de Jonathan Swift e “Platero e Eu” – de Juan Ramón
Jiménez), assim como muitas obras do público infantil agradam os adultos
(“Sitio do Pica-Pau Amarelo”, por exemplo).
CARACTERÍSTICAS
É possível listar algumas características que marcam este universo:
- Narrativa movimentada, cheia de imprevistos
- Discurso direto
- Livros com muitas ilustrações
- Finais felizes na maioria das vezes
Desde a década de 70, a literatura
destinada ao público pré-adolescente (11 – 12 anos até a adolescência) vem
sendo chamada de “Literatura Realista para Crianças”.
Como o próprio nome já diz, esse tipo de
literatura tem como objetivo levar a realidade da vida para as crianças
abordando temas até então considerados impróprios (morte, divórcio, sexo e
problemas sociais).
Existe muita controvérsia a respeito
desse tipo de literatura, alguns educadores alegam que esses livros são mais
projetos educativos (muitos são feitos por encomenda) do que literatura.
Claro que a conscientização da realidade
pode ser feita de outra forma, já que o universo infantil é repleto de magia,
facilitando a transmissão das mesmas idéias sem chocar tanto.
O mais importante de tudo é que as
crianças conheçam todos os tipos de literatura, pois esse conhecimento irá
ajudá-la a escolher a leitura que mais lhe agrada.
(Cristiana Gomes)
Fonte: http://www.infoescola.com/literatura/literatura-infantil/
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