quinta-feira, 3 de maio de 2012

FORMAÇÃO DO PROFESSOR: CAMINHO CONTÍNUO



 O Processo de formação dos professores no Brasil requer atenção e reflexões desde antes de a educação ser um direito universal de cidadania até os dias de hoje apesar de muitos avanços políticos, filosóficos, psicológicos e pedagógicos.
            No começo da história da educação no Brasil a formação inicial era suficiente, pois acreditava-se que quando terminada a graduação, o profissional estaria apto a atuar em sua área de formação sem necessidade de aperfeiçoamentos futuros, porém não bastou e necessitou ser reformulada, surgindo assim a formação em serviço contínua que se evidencia na inclusão de três eixos de abordagem: a pessoa do professor e sua experiência; a profissão de professor e seus saberes específicos; e a escola e seus projetos pedagógicos. Esta segunda é vista como um caminho para a superação da acomodação do professor e para uma melhor inserção deste no contexto social, pois exige uma constante inovação teórica e prática, oportunizando ao aluno condições de acompanhar a evolução do meio em que vive através de um ensino de qualidade.
            Nesta perspectiva as mudanças na concepção da formação do professor refletiram nas diferentes formas de conceber o trabalho docente na escola ao longo dos anos. O professor de mero transmissor de conhecimentos, neutro, preocupado com seu aprimoramento técnico passa a ser visto com agente político, compromissado com as transformações sociais. Se tornando um professor não apenas da prática, mas também da teoria, precisando ser um constante pesquisador , que descobre, inventa, compara e transforma suas ações de maneira consciente e criativa. A partir de uma prática pedagógica que revela-se como objeto de ação e reflexão continuada, crítica, decisiva e determinante na busca individual e coletiva do trabalho docente qualificado, onde todos os momentos e todas as ações as atividades de professor se tornam momentos de reflexão.
            A profissão de professor compreende alguns aspectos fundamentais que auxiliam o pensar na sua atuação pedagógica: o ponto de vista social – o educador não se encontra à parte dos fenômenos sociais, pois ele faz parte dela, a afeta e é afetado; político – em nosso país a profissão de professor esteve calcada nas leis estando a elas submetidas e aos interesses políticos mais amplos; econômico – determina o tipo de profissional que o mercado necessita;  acadêmico – compreende a formação como processo interativo e dinâmico representando uma meta a ser atingida pelo profissional docente; além do compromisso acadêmico – o pensar filosófico do professor sobre o ato de ensinar e aprender, acompanhando e participando da aceleração das mudanças tecnológicas, sabendo distinguir o conhecer e o saber e relacionando a teoria e prática, pensando na relação sujeito e objeto. Certamente partindo destes pressupostos a formação do professor deve levá-lo a uma prática humanizadora, a formação centralizada numa prática orientada pela ação-reflexão-ação permitindo ao mesmo a tomada de consciência e de conhecimento quanto a seu papel enquanto agente social e da realidade que o envolve.
        “A caminhada de ‘ser’ do professor se firma em sua trajetória, na história, nas mudanças e construções da sociedade, na participação, no domínio de novas tecnologias e saberes. Não obstante isto, o amor pela profissão deve falar mais alto, pois, sem ele, o educar vê-se desprovido do desejo, da paixão de buscar melhorar, oferecendo melhores condições de ensino aos alunos.” (RAMOS, 2008 p.30).
           
A formação docente deve ser contínua, pois é no caminho que aparecem os desafios, descobrem-se as superações, realizam-se estudos e reflexões, mudam-se as estratégias e reveem-se práticas, aprende-se e ensina-se, ensina-se e aprende-se. Segundo Nóvoa (2001, p. 23) “O aprender contínuo é essencial e se concentra em dois pilares: na própria pessoa, como agente, e a escola, como lugar de crescimento profissional de crescimento permanente”.
A formação do professor na perspectiva da metadisciplinaridade, é construída a partir das suas experiências e vivências, o que possibilita orientar os alunos para o respeito mútuo, para a justiça, o diálogo, a solidariedade, assim como auxiliá-los no espaço escolar a enfrentar os desafios e fortalecer uma educação voltada a integridade do ser e do saber, ou seja, cidadã. Assim, concebe-se a formação como um processo que acontece ao longo da vida acompanhando o professor  e o renovando num movimento de construção contínua.
O processo de formação implica numa busca constante de conhecer-se a si mesmo. Dando espaço para as incertezas, propondo conflitos diante daquilo que se julgava conhecer, buscando novas respostas e outras perguntas. Este movimento de ser, aprender e de aprender a ser constrói o professor e o torna autentico, pois este aprende a desaprender e entende que isto faz parte do processo ininterrupto de sempre ser. Neste movimento o professor conseguirá fazer com que o aluno aprenda, pois ele próprio compreendeu que continuará a aprender através da ação-reflexão-ação da sua prática.

Referência Bibliográfica: PAULO, RAMOS. A FORMAÇÃO DO PROFESSOR NA PERSPECTIVA DA METADISCIPLINARIDADE. Blumenau, Odorizzi, 2008.

Jaqueline Medeiros

2 comentários:

  1. Oi Jackke, tenho umas amigas que são professoras e vou indicar seu espaço. Crei que vão gostar, é tudo de bom! Bjs!

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  2. Olá Valdenice!! Obrigada pela visita! Fico grata pelas palavras! Beijão!! Um ótimo final de semana pra você!! Jackke!!

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Jackke