sexta-feira, 13 de abril de 2012

Como lidar com as birras das crianças

Choram, gritam e deixam os pais á beira de um ataque de nervos. Saiba como controlá-las!
Durante a infância, a criança tende a conferir poder aos seus gritos, que contêm também um apelo de reconforto, uma recusa em ceder e, acima de tudo, uma tentativa desesperada para dominar.


Aos gritos junta atos agressivos contra a pessoa que lhe provocou algum tipo de frustração, podendo morder, dar pontapés, atirar os brinquedos e, em desespero de causa, bater com os pés e rebolar pelo chão.
Quando são ainda muito pequenas, as crianças tentam transmitir as suas mensagens de desejos ou necessidades através do choro. Um bebé chora quando sente fome, tentando chamar a atenção do cuidador para que este suprima a sua necessidade. Deste modo, quando a resposta do adulto não é dada com prontidão, a sua ansiedade e insegurança aumentam, fazendo com que a intensidade do choro se eleve.
Ao longo do tempo, por volta dos dois/três anos, a criança vai-se apercebendo que a sua insistência resulta numa resposta mais rápida do adulto. Então, quando deseja algo, passa a utilizar o choro, gritos, pontapés e agressões para transmitir a sua mensagem e atingir um objectivo.
Evite ser permissivo
Para os pais os desafios são cada vez mais numerosos, devido às exigências profissionais e familiares. Por via destes obstáculos, quando estão com os filhos, deparam-se com um sentimento de culpa por não lhes prestarem a atenção devida, o que os faz optar por uma educação de compensação, que facilite todas as tarefas que a criança deve desempenhar, protegendo-a de todos os conflitos e contradições que possam surgir.
Por norma, os pais tornam-se permissivos, para que a criança não sofra qualquer contrariedade no tempo que lhe disponibilizam. Só que deste modo impedem que os mais pequenos cresçam como indivíduos autónomos e responsáveis. Diluem todas as normas já estabelecidas, acabando por lhes alimentar os caprichos, que vão fazer com que se torne conflituosa e com tendência a birras.
A disciplina constitui um ato de amor que os pais podem dar á criança, já que a imposição de limites é absolutamente necessária para um desenvolvimento harmonioso e saudável. Se uma criança viver com base em regras flexíveis e adequadas à sua condição e idade, terá à sua disposição um mundo a descobrir, em que poderá testar essas normas pondo em prática as suas capacidades, sem que as diferentes situações se transformem em obstáculos inultrapassáveis.
As crianças precisam de regras
Os castigos são penas que se impõem como consequência de uma determinada acção, considerada
incorreta pela figura de autoridade. Quando os castigos são prática predominante na educação, surge a tendência para haver uma resposta passiva aos pedidos dos adultos por parte das crianças, impedindo que haja um desenvolvimento de autonomia.
Exagerar nas punições pode também levar ao surgimento de manifestações comportamentais de diversa ordem como sejam as dificuldades em adormecer, diminuição de apetite, aparecimento de tiques, desenvolvimento de fobias de entre outras. Assim, há que acentuar que disciplina não é sinónimo de castigo!
Os castigos devem ser usados como último recurso para que uma situação seja resolvida e que não se volte a repetir. A disciplina ensina-se no dia-a-dia, através de um diálogo afetivo, explicando sempre à criança o que fez de errado e o que pode fazer para corrigir o seu erro.
Seja um pai democrático
Os pais democráticos são afetuosos, comunicativos e sensíveis aos pedidos das crianças. Defendem a explicação do castigo e não cedem a choros, lamúrias e birras. No entanto, são passíveis a mudanças de opinião depois de ouvirem os argumentos da criança.
Exigem à criança um nível de maturidade e independência adequado à idade. Diversos estudos mostram que os filhos deste tipo de pais são os que têm um comportamento mais adequado e níveis elevados de auto-estima e auto-controle. São, regra geral, crianças independentes, afetuosas, persistentes nas tarefas e que se relacionam facilmente quer com os seus pares, quer com os adultos.
Texto da autoria de Drª Teresa Paula Marques 
Psicóloga Clínica, especialista em Psicologia Infantil e do Adolescente



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